Sistema de Gestão de Publicações

OCORRÊNCIA DE ENTEROPARASITOSES EM FEIRANTES E SEU PAPEL COMO DISSEMINADORES EM VITÓRIA, ESPÍRITO SANTO, BRASIL

Submetido em 11 Maio 2016

Resumo

Introdução: As enteroparasitoses estão entre as doenças transmitidas por alimentos a partir da sua manipulação inadequada. Desta forma, estudos que avaliam os parasitos em profissionais manipuladores de alimentos podem contribuir com o esclarecimento e controle da disseminação destas doenças.  Objetivo: Avaliar a ocorrência de enteroparasitos em feirantes e caracterizar sua importância na disseminação de enteroparasitoses para seus clientes. Método: As amostras foram constituídas por material biológico coletado em feirantes no município de Vitória, Espírito Santo, Brasil. Os conteúdos dos leitos subungueais e das palmas das mãos dos feirantes foram obtidos por meio de swab e analisados pelo método de Mello e colaboradores modificado. Três amostras de fezes foram obtidas e então analisadas pelo método de Hoffmann, Pons e Janer.

Resultado: Os helmintos e protozoários com maior prevalência nas fezes foram: Blastocystis sp. (67,0%), Ascaris lumbricoides (40,0%), ancilostomídeo (40,0%), Giardia lamblia (20,0%), e Schistosoma mansoni (13,3%). Quanto aos ovos e cistos encontrados nas mãos, obteve-se A. lumbricoides (33,3%), ancilostomídeos (16,7%), Rodentolepis nana (16,7%), e G. lamblia (16,7%). Os resultados indicam que os manipuladores de alimentos ainda representam um fator de risco para a veiculação de enteroparasitos para a população. Conclusão: O controle higiênico precário, desde o cultivo até a comercialização dos alimentos, representa um dos motivos principais para a disseminação dos patógenos. Dessa forma, para a redução da prevalência e transmissão desses enteroparasitos nas feiras, torna-se fundamental a intervenção com medidas educativo-sanitárias.

PalavrasChaves: Parasitologia de Alimentos; Doenças Parasitárias; Saneamento de Mercados; Helmintos; Infecções por Protozoários; Educação em Saúde

Introdução

As doenças transmitidas por alimentos (DTAs) representam um problema de saúde pública importante. Estas doenças repercutem negativamente na saúde das populações e no desenvolvimento econômico dos países, acarretando incapacidade laboral e custos com tratamentos e hospitalizações.1,2 No Brasil, entre 1999 e 2004, ocorreram mais de 3 milhões de internações por DTAs, com uma média de mais de 500 mil casos e 8 mil óbitos por ano.3

Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças de Atlanta (CDC, Centers for Disease Control and Prevention), a maioria das DTAs está ligada à manipulação inadequada de alimentos. Portanto, os manipuladores de alimentos desempenham um papel importante na transmissão. Isso se deve em parte aos hábitos de higiene pessoal e doméstica precários, além de deficiências na higienização e controle ambiental.4,5

Dentre as DTAs, estão algumas parasitoses intestinais. No Brasil, apesar do declínio das enteroparasitoses nas últimas décadas, elas ainda prevalecem em níveis elevados onde as condições socioeconômicas da população são precárias. Nestas áreas, são causas de agravos à saúde relevantes.5-7

Vários pesquisadores evidenciaram a transmissão de helmintos e protozoários ao homem por meio da ingestão de frutas e verduras consumidas cruas, provenientes de áreas cultivadas e contaminadas por dejetos fecais.8-10 Mesmo os portadores assintomáticos podem contaminar os alimentos durante sua manipulação.11 Entretanto, apesar da relevância do problema, são poucos os trabalhos que caracterizaram a ocorrência de enteroparasitoses em manipuladores de alimentos e sua importância na disseminação delas no meio.

Desta forma, o objetivo do presente estudo foi avaliar a ocorrência de ovos e cistos de enteroparasitos nas mãos e fezes de feirantes e caracterizar a importância desses profissionais na disseminação de enteroparasitoses para seus clientes. Utilizou-se como modelo uma feira livre localizada em bairro nobre do município de Vitória, estado do Espírito Santo, Brasil.

Método

Considerações gerais

As amostras do presente estudo foram constituídas por dados socioeconômicos, de hábitos, e material biológico de manipuladores de alimentos in natura em feira livre localizada em bairro nobre do município de Vitória, Espírito Santo, Brasil. Todos os profissionais da feira foram informados sobre o projeto e convidados a participar. As condições exigidas para a participação foram: ser maior de 18 anos; trabalhar com manipulação de alimentos in natura; e aceitar as condições da pesquisa, assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Os feirantes que aceitaram participar responderam questionário socioeconômico e de hábitos, e então, foram colhidos material biológico dos leitos subungueais e palmas das mãos, além de fezes.

Dados socioeconômicos e hábitos de higiene:

Os feirantes foram submetidos a um questionário socioeconômico contendo os seguintes itens: idade, sexo, estado civil, etnia, naturalidade, município de residência, tipo e características da moradia e da região onde vive, ocupação, tempo de trabalho, escolaridade, acesso aos meios de informação, renda familiar, tipo de agricultura, saneamento básico, e hábitos de higiene.

Coleta do material biológico:

Foram coletados materiais dos leitos subungueais de todos os dedos das mãos de cada feirante, assim como o material de ambas as palmas das mãos. O método utilizado na coleta foi de esfregaço com swab embebido em solução fixadora de ácido acético, acetato de sódio, água destilada e formol (SAF). Durante a coleta, o material foi prontamente acondicionado na mesma substância em tubo de ensaio. Essa solução também possui ação preservadora das formas infectantes dos parasitos.

Para exame das fezes, os feirantes foram orientados a coletar três amostras, em semanas consecutivas, em recipientes descartáveis, com a própria paleta de coleta na tampa, contendo solução conservante de formol a 10%. Na semana seguinte de cada coleta, os frascos foram recolhidos e levados ao laboratório para análise.

Análise das amostras:

Os materiais coletados dos leitos subungueais e das palmas das mãos foram processados segundo o método de Mello, Souza-Jr 12 modificado, que consiste na agitação vigorosa e posterior centrifugação da amostra por 10 minutos, na velocidade de 3.000 rpm, sendo depois examinadas microscopicamente. Foi determinado que o tempo e velocidade de centrifugação fosse maior em relação à literatura (1.500 rpm por 2 min) pois nas centrifugações com o tempo e velocidade menores, ainda permaneciam detritos nas laterais dos tubos centrifugados, o que afetaria a qualidade da análise do sedimento.

As amostras de fezes foram processadas de acordo com o método de Hoffman, Pons,13 que consiste em dissolver as fezes em água, coá-las em gaze apropriada, deixá-las sedimentar em cálice cônico durante 24 horas, e pipetar o depósito acumulado no fundo. O uso do cálice cônico prevê um caminho mais curto na sedimentação da amostra, aumenta a concentração de parasitos para a análise microscópica, minimiza os riscos de contaminação, reduz o odor e otimiza o espaço de trabalho. Além disso esse método é de fácil execução, apresenta baixo custo, e boa sensibilidade para a detecção de helmintos e protozoários, utilizando fezes a fresco ou conservadas.14

Foram confeccionadas e analisadas pelo menos 5 lâminas para cada amostra de fezes. Nos casos negativos para as primeiras 5 lâminas, foram confeccionadas e analisadas, posteriormente, mais 5 lâminas. O mesmo critério foi utilizado nas análises do material do leito subungueal. Foram dedicados um mínimo de 30 minutos para o tempo de análise de cada lâmina.

Análises estatísticas:

O Teste Exato de Fisher foi utilizado para verificar associação entre o sexo e o parasitismo. Por meio da Análise de Regressão Logística, verificou-se a existência de relação entre a ocorrência de determinado parasito com a escolaridade, a renda e o acesso à informação. As análises estatísticas foram realizadas por meio do programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 20. Os resultados foram considerados significativos quando o valor de p foi menor que 0,05.

Ética:

O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (EMESCAM) e está registrado no número de protocolo 095/2010. Os resultados foram entregues individualmente e sigilosamente a cada indivíduo, sendo esses, quando necessário, encaminhados ao Serviço de Doenças Infectocontagiosas do Hospital Santa Casa de Misericórdia de Vitória ou orientados a buscar consulta com o médico de sua confiança. Os materiais biológicos foram descartados segundo o protocolo do Programa de Gerenciamento de Resíduos dos Serviços de Saúde (PGRSS), obedecendo a Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) n° 306/2004 da ANVISA, implantada no laboratório da disciplina de Parasitologia da EMESCAM.

Resultados:

Dos 15 participantes da pesquisa, onze eram do sexo masculino e quatro do sexo feminino. Estes apresentaram entre 18 e 60 anos e residiam nos municípios de Iconha e Santa Maria de Jetibá, Espírito Santo. Com relação à escolaridade, 46,7% possuíam ensino fundamental incompleto e 40,0% ensino fundamental completo. Quanto à renda familiar, houve predomínio de até três salários mínimos (73,3%). O esgotamento sanitário e abastecimento de água de mais de 90% dos pesquisados foi de fossa séptica e sistema sem canalização interna, respectivamente (Tabela 1).

No questionário de hábitos, mais de 90% dos feirantes afirmaram lavar as mãos antes e após as refeições, antes da manipulação dos alimentos e após o uso do sanitário. Todos os feirantes afirmaram manipular tanto dinheiro quanto os alimentos durante sua comercialização, sendo que apenas 13,3% alegaram lavar as mãos entre essas operações — 53,4% dos feirantes usavam joias ou adornos durante o trabalho na feira (Tabela 2).

Dos 15 indivíduos amostrados, 11 estavam positivos para pelo menos um parasito nos exames de fezes (73,3%). Nessas amostras de fezes, oito espécies (parasitos e comensais) foram identificadas (Tabela 3 e Figuras 1 e 2).

As espécies com prevalência maior foram Blastocystis sp. Brumpt, 1912 (66,7%), Ascaris lumbricoides Linnaeus, 1758 (40%), ancilostomídeo (40,0%), Giardia lamblia Kofoid e Christiansen, 1915 (20%), e Schistosoma mansoni Sambon, 1907 (13,3%). Outras espécies registradas em menor prevalência foram Rodentolepis nana Siebold, 1852, Entamoeba histolytica Schaudinn, 1903, e Balantidium coli Stein, 1863. O poliparasitismo foi observado em nove feirantes (60%), variando de indivíduos com dois parasitos até cinco. A. lumbricoides esteve presente em todos os poliparasitados, e ancilostomídeo e G. lamblia em metade deles.

Foi analisado material biológico das mãos de seis dos 15 feirantes. Destes, dois (33,3%) apresentaram cistos/ovos dos seguintes parasitos: Ascaris lumbricoides (33,3%); ancilostomídeo (16,7%); R. nana (16,7%); e G. lamblia (16,6%). Em um deles foi encontrado A. lumbricoides e G. lamblia nas mãos, mas não nas fezes. No outro foi encontrado A. lumbricoides, ancilostomídeo, e R. nana nas mãos e nas fezes os dois primeiros mais Blastocystis sp. e G. lamblia (Tabela 4 e Figura 3).

Não foi observada associação estatística significativa (p ≥ 0,05) entre o sexo do feirante e qualquer espécie, e nem relação entre a ocorrência de determinada espécie e a escolaridade, a renda, e o acesso à informação por parte dos feirantes.

Discussão

No Brasil, as parasitoses intestinais ainda se encontram bastante disseminadas e com prevalências elevadas.15 Em um estudo multicêntrico realizado em escolares de diversos estados brasileiros, 55% dos estudantes foram diagnosticados com algum tipo de parasitose. 15,16  Estimativas mostram ainda que o Brasil está no grupo dos países mais infectados por A. lumbricoides, sendo a infecção detectada em cerca de 40% da população.17 Em estudo feito com manipuladores de alimento no estado do Paraná, Takizawa, Falavigna9 encontraram uma prevalência de enteroparasitos de 38,2%. A prevalência dos feirantes para enteroparasitos identificada neste estudo foi maior que 70%, valor que está muito acima do encontrado normalmente nas populações humanas, inclusive naquelas populações cuja prevalência normalmente tende a ser maior, como os escolares.2 Essa elevada prevalência de infecção por espécies — sejam elas parasitas ou comensais — cujo ciclo apresente eliminação de formas infectantes nas fezes, permite predizer em quais condições os feirantes vivem.

As espécies encontradas nas fezes que apresentaram as maiores prevalências foram Blastocystis sp. (66,7%), A. lumbricoides (40,0%) e ancilostomídeo (40,0%). Alguns autores questionam sobre a patogenicidade do Blastocystis sp., que varia de acordo com alguns fatores, como o seu genótipo e o de seus hospedeiros. Além disso, existem evidências sugerindo que algumas cepas de Blastocystis possam formar parte normal da microbiota intestinal humana ou até mesmo favorecerem o surgimento de doenças inflamatórias intestinais.18 A alta frequência de A. lumbricoides é normalmente esperada em grupos expostos a condições inadequadas devido ao seu elevado potencial biótico e grande viabilidade de seus ovos, fatores que contribuem para que seja o parasito intestinal mais comum em todo o mundo, com prevalência estimada de 25%.17,19 As condições ideais para sua existência podem ser observadas em locais onde a infraestrutura de saneamento básico é precária. A presença de esgoto a céu aberto e a ausência de instalações sanitárias facilitam também a infecção por outros parasitos como os ancilostomídeos (7). Também foram encontrados ovos de S. mansoni (13,3%), e segundo o Ministério da Saúde o Espírito Santo está entre os sete estados brasileiros com prevalências mais elevadas dessa parasitose.20

O saneamento básico precário, juntamente com a má educação sanitária, são fatores de risco para a prevalência alta das enteroparasitoses encontradas nas populações humanas.21 Mais de 90% dos profissionais analisados possuem residência com esgotamento sanitário via fossa séptica, o que facilita a contaminação da água utilizada para consumo próprio e para irrigação de produtos comercializados nas feiras. O abastecimento de água desses profissionais é majoritariamente realizado por meio de poços ou nascente sem canalização interna, o que propicia a infecção do próprio manipulador ao utilizar essa água sem o adequado tratamento. Estudos comprovam que há uma relação inversa entre a prevalência e a qualidade das condições sanitárias do ambiente assim como as práticas de plantio utilizadas.22

A baixa escolaridade encontrada no presente estudo — aproximadamente 90% dos pesquisados concluíram até no máximo o ensino fundamental — representa um fator agravante para a alta prevalência de enteroparasitoses. A educação, cultura e hábitos alimentares são fatores que influenciam de forma determinante a exposição à infecção.23 Desta forma, a educação em saúde representa uma das intervenções mais importantes para a melhoria da qualidade de vida das comunidades.24,25

Todos os feirantes afirmaram lavar as mãos antes das refeições, e mais de 90% afirmaram lavar as mãos após as refeições, após usar o banheiro e antes de manipular os alimentos. No entanto, dadas as características relatadas e observadas durante o estudo, quanto ao abastecimento de água na residência, aspecto das mãos e condições da feira livre, acreditamos que os altos índices de lavagem das mãos relatados possam ter sido fruto de algum viés. Ainda, em nosso estudo, todos os feirantes manipulavam dinheiro, e mais da metade utilizava adornos e joias durante a comercialização. O uso de adornos e joias, bem como a manipulação de objetos — como moedas e cédulas — são fatores de risco para a disseminação de agentes infectocontagiosos.26

Conclusão

Os resultados obtidos indicam que os manipuladores de alimentos in natura em feiras livres apresentam papel importante na veiculação de enteroparasitos para a população. No contexto geral, os manipuladores de alimentos analisados no presente estudo pontuaram em diversos aspectos para a disseminação e aumento da prevalência da infecção pelas enteroparasitoses. A alta prevalência de infecção por enteroparasitos registrada, em associação com diversos fatores de risco — como a baixa escolaridade, precariedade no saneamento básico, manipulação de cédulas e moedas durante a comercialização das hortaliças, más condições de higiene das mãos, e controle higiênico precário desde o cultivo até a comercialização dos alimentos — representam riscos para os consumidores dos produtos.

É importante que sejam feitas intervenções, de forma a reduzir a prevalência desses enteroparasitos entre os feirantes e, consequentemente, reduzir o risco de contaminação dos alimentos comercializados e de infecção da população consumidora. Dentre as formas de se garantir a qualidade higiênico-sanitária dos alimentos estão a realização de programas de educação continuada para os manipuladores de alimentos e suas comunidades, a realização periódica de exames parasitológicos e tratamento desses indivíduos e familiares, além do fortalecimento do sistema de vigilância sanitária para fiscalização de alimentos oferecidos para a população, incluindo uma legislação adequada. Não obstante, o investimento em saneamento básico, bem como a melhora das condições socioeconômicas e de infraestrutura geral, é de fundamental importância para o sucesso dos programas de controle.

Referências

  1. CDC. Diagnosis and management of Foodborne Illnesses — A primer for physicians and other health care professionals. Morbidity and Mortality Weekly Report. 2004;53(RR-4):1–33.
  2. WHO. Estrategia global de la OMS sobre inocuidad de los alimentos: Alimentos más sanos para una salud mejor. Ginebra: Organización Mundial de la Santé; 2002. 32 p.
  3. SVS. Vigilância Epidemiológica das doenças transmitidas por alimentos no Brasil, 1999–2004. Boletim Epidemiológico Eletrônico da Secretaria de Vigilância em Saúde. 2005;6:7.
  4. FDA. Bad Bug Book: Foodborne Pathogenic Microorganisms and Natural Toxins Handbook. 2nd ed. Silver Spring: Center for Food Safety and Applied Nutrition (CFSAN) of the Food and Drug Administration (FDA), U.S. Department of Health and Human Services; 2012.
  5. Capuano DM, Lazzarini MPT, Giacometti Júnior E, Takayanagui OM. Enteroparasitoses em manipuladores de alimentos do município de Ribeirão Preto – SP, Brasil, 2000. Rev Bras Epidemiol. 2008;11:687-95.
  6. Saldiva SRM, Carvalho HB, Castilho VP, Struchiner CJ, Massad E. Malnutrition and susceptibility to enteroparasites: reinfection rates after mass chemotherapy. Paediatr Perinat Epidemiol. 2002;16(2):166-71.
  7. Brooker S, Alexander N, Geiger S, Moyeed RA, Stander J, Fleming F, et al. Contrasting patterns in the small-scale heterogeneity of human helminth infections in urban and rural environments in Brazil. Int J Parasitol. 2006;36(10–11):1143–51.
  8. Silva JP, Marzochi MCA, Camilo-Coura L, Messias AA, Marques S. Estudo da Contaminação por Enteroparasitas em hortaliças Comercializadas nos Supermercados da Cidade do Rio de Janeiro. Rev Soc Bras Med Trop. 1995;28:237–41.
  9. Takizawa MdGMH, Falavigna DLMF, Gomes MLG. Enteroparasitosis and their ethnographic relationship to food handlers in a tourist and economic center in Paraná, Southern Brazil. Rev Inst Med Trop São Paulo. 2009;51(1):31–5.
  10. Velasco UP, Uchôa CMA, Basrbosa AS, Rocha FS, da Silva VL, Bastos OMP. Parasitos intestinais em alfaces (Lactuca sativa, L.) das variedades crespa e lisa comercializadas em feiras livres de Niterói-RJ. Rev Pat Trop. 2014;43(2):209–18.
  11. Silva JO, Capuano DM, Takayanagui OM, Giacometti-Jr E. Enteroparasitoses e onicomicoses em manipuladores de alimentos do município de Ribeirão Preto, SP, Brasil. Rev Bras Epidemiol. 2005;8(4):385–92.
  12. Mello EB, Souza-Jr FL, Pádua HB, Campos MS, Tanabe TH. Encontro de ovos de helmintos e de cistos de protozoários intestinais na região subungueal de crianças em idade escolar dos municípios de Diadema e de Bragança Paulista, São Paulo. Rev Pat Trop. 1978;7:47–50.
  13. Hoffman WA, Pons JA, Janer JL. The sedimentation-concentration method in Schistosomiasis mansoni. PR J Public Health Trop Med. 1934;9:281–98.
  14. Ribeiro SR, Furst C. Parasitological stool sample exam by spontaneous sedimentation method using conical tubes: effectiveness, practice, and biosafety. Rev Soc Bras Med Trop. 2012;45(3):399–401.
  15. Rocha RS, Silva JG, Peixoto SV, Caldeira RL, Firmo JOA, Carvalho OdS, et al. Avaliação da esquistossomose e de outras parasitoses intestinais, em escolares do município de Bambuí, Minas Gerais, Brasil. Rev Soc Bras Med Trop. 2000;33:431-6.
  16. Campos R, Briques W, Belda-Neto M, Souza JM, Katz N, Salata E, et al. Levantamento multicêntrico de parasitoses intestinais no Brasil: Rhodia – Grupo Rhône-Poulenc; 1988.
  17. de Silva NR, Chan MS, Bundy DA. Morbidity and mortality due to ascariasis: re-estimation and sensitivity analysis of global numbers at risk. Trop Med Int Health. 1997;2(6):519–28.
  18. Scanlan PD, Stensvold CR. Blastocystis: getting to grips with our guileful guest. Trends Parasitol. 2013;29(11):523-9.
  19. Smith H, DeKaminsky R, Niwas S, Soto R, Jolly P. Prevalence and intensity of infections of Ascaris lumbricoides and Trichuris trichiura and associated socio-demographic variables in four rural Honduran communities. Mem Inst Oswaldo Cruz. 2001;96:303-14.
  20. Razzolini MTP, Günther WMR. Impactos na saúde das deficiências de acesso a água. Saude Soc. 2008;17(1):21–32.
  21. Ludwig KM, Frei F, Alvares-Filho F, Ribeiro-Paes JT. Correlação entre condições de saneamento básico e parasitoses intestinais na população de Assis, Estado de São Paulo. Rev Soc Bras Med Trop. 1999;32(5):547–55.
  22. de Oliveira CAF, Germano PML. Estudo da ocorrência de enteroparasitas em hortaliças comercializadas na região metropolitana de São Paulo – SP, Brasil. II – Pesquisa de protozoários intestinais. Rev Saúde Públ. 1992;26(5):332–5.
  23. Souza PAdC, Faro CCPd, Pinheiro MS, Rezende Neto JMd, Brito AMGd. Ocorrência de enteroparasitoses em portadores de transtornos mentais assistidos na Clínica de Repouso São Marcello em Aracaju (SE). Cien Saude Colet. 2010;15:1081-4.
  24. Brito AKA, Silva FICd, França NMd. Programas de intervenção nas escolas brasileiras: uma contribuição da escola para a educação em saúde. Saúde em Debate. 2012;36:624-32.
  25. Malfitano APS, Lopes RE. Educação popular, ações em saúde, demandas e intervenções sociais: o papel dos agentes comunitários de saúde. Cadernos CEDES. 2009;29(79):361–72.
  26. Levai EV, Amato-Neto V, Campos R, Pinto PLS, Moreira AAB, de Sant’Ana EJ, et al. Pesquisa de ovos de helmintos e de cistos de protozoários em dinheiro. Rev Saúde Públ. 1986;20(1):33–6.

Anexos

Tabela 1 – Resultados do questionário socioeconômico aplicado aos feirantes.

Aspectos Epidemiológicos N %
Idade
18–30 anos 04 26,7%
30–45 anos 04 26,7%
45–60 anos 07 46,7%
Sexo
Masculino 11 73,3%
Feminino 04 26,7%
Cidade de Residência
Santa Maria de Jetibá, ES 11 73,3%
Iconha, ES 04 26,7%
Escolaridade
Fundamental incompleto 07 46,7%
Fundamental completo 06 40,0%
Médio incompleto 01 6,7%
Médio completo 01 6,7%
Renda Familiar (em salários mínimos)
< 1 01 6,7%
1–2 05 33,3%
2–3 05 33,3%
3–5 02 13,3%
5–10 02 13,3%
Saneamento Básico
Esgotamento sanitário
Rede geral de esgoto 01 6,7%
Fossa séptica 14 93,3%
Forma de abastecimento de água
Rede geral com canalização interna 01 6,7%
Rede geral sem canalização interna, poço artesiano 02 13,3%
Poço ou nascente sem canalização interna 12 80,0%

Fonte: Próprio autor

Tabela 2 – Resultados do questionário de hábitos de higiene aplicado aos feirantes.

Hábitos de higiene N %
Lava as mãos antes das refeições?
Sim 15 100,0%
Não ˗ -
Lava as mãos após as refeições?
Sim 14 93,3%
Não 01 6,7%
Lava as mãos após uso do banheiro?
Sim 14 93,3%
Não ˗ -
Às vezes 01 6,7%
Lava as mãos antes de manipular alimentos?
Sim 14 93,3%
Não 01 6,7%
Usam joias ou adornos nas mãos durante o trabalho na feira:
Sim 08 53,4%
Não 07 46,6%
A pessoa que manipula hortaliças também manipula o dinheiro?
Sim 15 100,0%
Não - -
Há lavagem das mãos entre as operações?
Sim 02 13,3%
Não 13 86,7%

Fonte: Próprio autor

Tabela 3 – Prevalência das espécies presentes nos exames de fezes dos feirantes.

Espécie Grupo Patogênico Prevalência (%)
Blastocystis sp. Protozoário Variável 66,7
Ascaris lumbricoides Helminto Sim 40,0
Ancilostomídeo Helminto Sim 40,0
Schistosoma mansoni Helminto Sim 13,3
Rodentolepis nana Helminto Sim 13,3
Giardia lamblia Protozoário Sim 20,0
Entamoeba histolytica Protozoário Sim 6,7
Balantidium coli Protozoário Sim 6,7
Endolimax nana Protozoário Não 13,3
Iodameba bütschilii Protozoário Não 6,7
Entamoeba poleck Protozoário Não 6,7

Fonte: Próprio autor

Figura 1 – Ovos encontrados nas amostras de fezes: (a) ancilostomídeo, (b) Ascaris lumbricoides, (c) Rodentolepis nana, (d) Schistosoma mansoni.

Fig1

Fonte: Próprio autor

Figura 2 – Prevalência das espécies encontradas nos exames de fezes dos feirantes.

Art3_fig2

Fonte: Próprio autor

Tabela 4 – Prevalência das espécies presentes nos exames das palmas das mãos e leitos ungueais dos feirantes.

Espécie Mão Ungueal Prevalência (%)
Ascaris lumbricoides Sim Sim 33,3
Ancilostomídeo Sim Sim 16,7
Rodentolepis nana Sim Não 16,7
Giardia lamblia Não Sim 16,7

Fonte: Próprio autor

Figura 3 – Prevalência das espécies encontradas nos exames de fezes dos feirantes.

Art3_fig3

Fonte: Próprio autor

Autores

Altamir de Almeida Filho1; Anderson Machado Benassi2; Bruno Passamani Machado3; Gustavo Rocha Leite4; Haydêe Fagundes Moreira Silva de Mendonça5*

 

1 Médico formado na Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória – EMESCAM, Vitória-ES, Brasil.

2 Médico formado na Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória – EMESCAM, Vitória-ES, Brasil.

3 Médico formado na Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória – EMESCAM, Vitória-ES, Brasil.

4 Doutor, Universidade Federal do Espirito Santo – UFES. Professor de Magistério Superior.

5 Mestre, Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória – EMESCAM. Professor de Magistério Superior.

2024 - SALUS JOURNAL - Todos os direitos reservados